SOBRE MASTURBAÇÃO E OUTRAS CONVERSAS


Diálogo entre duas mulheres:

- Betina Lara, posso lhe f
azer uma pergunta?
- Lógico Vera Lucia .Mas vou logo te avisando que dinheiro, tá ruim...
Nada disso, é uma coisa super séria Betina Lara.
-Ih, mistérios impenetráveis? Madame mistérios, tá bom, fala aí.
-Não, que mistério, mistério é coisa de cinema,nossa você é mulher ácida...
-Então fala logo, Vera Lucia, que coisa tão séria é esta?
-Betina Lara,você se m
asturba?

                                         
-Vera Lucia, mas que coisa séria! Oh, my God... Pensei até que você fosse amante de algum destes caras da “alta”, algum politico famoso e não pudesse falar.Que bobagem! É lógico que me masturbo, mulher!
-Mas você gosta?
-Não Vera Lucia, eu me masturbo pra sofrer...(risos, muitos risos).
-Não Brinca...
-Não brinca você. Sabe por que, além de sentir prazer, eu me masturbo?
-Não, Betina Lara
-É porque aí eu não tenho que dar satisfação nem depender de puto nenhum! Nenhum macho, mandando eu virar, empinar,rebolar mais depressa, não rebolar, agora ir devagar, devagar quase parando, dizer que ele está quase chegando, chegando, indo, não, ainda vou ,quem sabe, talvez, entretanto, todavia... ohhhhhhhhhh. É assim Vera Lucia os caras parecem que estão jogando videogame. 
                                               
Olha, quem me garante Vera Lucia, quem me garante, é este aqui,está vendo este aqui?
-Este seu dedinho ,não é Betina Lara?
-Dedinho amigo e gostoso.
-E ducha Betina?
-Também
-E muitos aparelhos?
-Muitos aparelhos... você é exagerada Vera Lucia eu não sou nenhuma academia de ginástica.Só um belo vibrador, médio-grande. Nós estamos falando de masturbação ou de pesquisas de genética, astrofísica, física quântica.Para que tantos aparelhos?
-Ah, pai me chicoteia, afff ! Eu tenho vários, cada tem uma função diferente...
-E dedo, também?
-Também (risos, muitos risos).
-E sab
e Betina Lara eu comecei a me masturbar geral pra não ficar, realmente, dependendo de homens com cheiro de cerveja na boca, estressados, que botam e vão logo espirrando tudo. 

                                                

Ah, homem, é um negócio muito irritante.Detesto depender de homem.É como você disse, não tenho que dar satisfação a nenhum deles.
-Vera Lucia experimenta passar, óleo de Castanha da índia, lá na sua coisinha.
- Coisinha? Ah, tá. Vou logo lambuzar ela toda.Castanha da Índia? Só pode ser Castanha da Índia?
-Pô, Vera Lucia o meu barato é com óleo de castanha da Índia, passa então óleo de Peroba, óleo de fígado de bacalhau! Ai que chato é você, mulher! Dá uma sensação legal. Não me pergunte a razão.
- Não, tudo bem, vou passar... e porque você mora aqui sozinha, neste apartamento tão grande Betinha Lara?
- Pra me masturbar sozinha e olhando este mundão em volta (risos, novamente, muitos risos).
-Nossa, eu tava com tanto medo de perguntar aquilo sobre "masturbation", Betina Lara.
-Vera Lucia, amor, sua bobinha ,dá um beijinho na minha boca, fruta gostosa...
                                                
-Nossa Betina lara safada, você também gosta?
Meu pai continua me chicoteando. Ah, Betina Lara é chato, a gente é tão amiga...
-Eu não faço isso com nenhuma inimiga (muitos risos) e é muito melhor que ficar se entregando a estes machos, inconvenientes, metidos a espada, predadores, os reis da cocada preta...
-É isso mesmo Betina Lara, te beijo toda, minha perdição ao vivo, à cores e HD.
-Detesto homem Vera Lucia...
-Eu também!

NOTA DA REDAÇÃO: Pois é!

A MEDICINA DO PRAZER


                                         


                                                                




Conheci uma boa médica. Até pensei que fosse muito esparadrapo para o meu curativo. Conversa vai, conversa vem e já estávamos no seu apartamento. 
Trocou o elegante jaleco de linho branco por uma sedutora lingerie preta. Desfez-se do estetoscópio. Um som, pouca luz e uma atmosfera propícia para uma demorada consulta.
 Que corpanzil. Não era grande. Era perfeito! Oh, o amor é lindo! Este é o tipo de mulher que jamais se preocupa se os homens irão ou não propiciar-lhes generosas e demoradas carícias,ao contrário de muitas outras que, chegam a fazer até passeatas em vias públicas, levando multidões a Praça da Sé ou a Candelária em comícios feminista pró-preliminares.
Aquele mulherão sabe que ninguém irá poupar-lhe uma extenuante preliminar. Seria o mesmo que pescar sem anzol. Coloquei-me a seus pés com humildade e o menor vestígio de machismo. Exorcizei qualquer possibilidade de ejaculação precoce, mantendo a ideia fixa na imagem do Paulo Maluf, nu na cadeia, dizendo-se inocente.
No entanto, durante uma das minhas mais irretorquíveis performances e uma empolgação de deixar comissão de frente de escola de samba com inveja, ouço um sussurrar rouco e quente, que dizia:
- Explore mais meus corpúsculos de Meissener. Não entre em estado de detumescência. Coisa gostosa! Hoje não vou ter dispareunia. Como é lindo o seu membro. Nenhum vestígio de doença de Peyronie.
                                                                     




-Epa! O que está acontecendo?- Inquiri, abandonando o parque de diversões.
-Amor, não pare - insistia.
-Já parei! - disse.
Olhamos demoradamente, um nos olhos do outro. Seu rosto era um misto de decepção e culpa. Lágrimas verteram de o seu verde olhar. Sua beleza então se tornou mais exuberante e sofrida. Resolvi partir para o diálogo:
-Você falou sobre doença de Peyronie no meu membro?
-Desculpe, eu estraguei tudo;
-Eu tenho ou não, este troço no meu membro?
- Não. Eu disse que era lindo e não tinha nenhum vestígio;
-E porque você falou nisso, logo naquela hora?
- Em geral os homens apresentam sempre alguma nuance da doença de Peyronie no membro;
-Mas que diabo é isso? Se não tenho, porque precisava falar. É alguma tara?



-Uma besteira. Desculpe.
-Agora explica o que é isso.
-Depois. Vamos continuar...
-Não. Que doença que eu não tenho e você falou, gratuitamente?
-É a fibrose da membrana albugínea que reveste o corpo cavernoso, determinando uma curvatura do eixo do pênis.
-Curvatura do eixo do pênis?
-Amor, o pênis fica torto para um dos lados e meio curvado...
-Parece que bateu de frente? Fica com a carroceria fora do centro e andando de lado (risos);
-Seu bobinho. Dá para quebrar o galho Até operar;
- Ainda bem. Dá para fazer uma lanternagem. E a tal da detumetendo?
-Não é detumetento (?) (mais risos).
-Você falou no meu ouvido para que eu não entrasse em estado de detumetendo;
-Estado de detumescência!
-E daí? Eu tô no maior rala e rola, querendo nota dez na performance e de repente você enfia esta coisa no meu ouvido;
- Foi mal!
-Dá pra explicar?
- Detumescência e a redução da inchação dos corpos cavernosos, quando o pênis retorna à condição de flacidez.
-Amolece?
-É;
-Você notou que eu estava broxando?
-Não, pelo contrário...
-Então porque falou?
-É esse vicio de análise diagnóstica;


-Você quando tira o jaleco, deve também tirar da cabeça estas coisas. E depois aquele tal de corpúsculos...
-De Meissner?
-E eu com isso?
-Eu pedia que você explorasse bem meus corpúsculos de Meissner. São corpúslos da pele responsáveis pela percepção do tato...
-Porque não pediu em português normal: amassa, morde,arregaça, vai fundo...
-Pois é, estava tão gostoso, meu amor. Você realmente caprichava naquelas preliminares que nós adoramos. Aí estraguei tudo, com aquele palavreado que lhe assustou. Esquece.
-Ainda não. Você fala estes tsunamis no meu ouvido, agora explica, pois, soou como um soco na minha trompa de Eustáquio.
- Dispareunia é quando a mulher na hora do coito sente dor.
- Dor?
-É uma doença. Eu disse que não ia sentir dispareunia desta vez.
-Ainda bem, afinal nós viemos aqui para sentir prazer ou dispareunia?
-Pois é agora vamos voltar para aquelas maravilhosas preliminares que você estava me proporcionando seu desbravador. Só falta o ponto G!
-Tudo bem, mas lhe peço um favor doutora, em homenagem a Hipócrates, fica só gemendo. Tá certo?
 -Prometo!