Um carioca estava numa destas festinhas que todo mundo é
sempre de alguém, se na hora o alguém esta afim de todo mundo. Complicou? Vou simplificar:
Na verdade ninguém é de ninguém e tudo está junto e misturado. Se quiserem uma
quase suruba.
E isso existe! O que não existe é mulher quase grávida,
homem quase honesto, criança quase educada e marido quase fiel, mas, uma quase
suruba, existe sim, pois é aquela festinha com uma explosiva possibilidade de
desandar.
Lá dentro, uma lindíssima nordestina, mulher cabocla, morena
dos seus vinte e poucos anos, cabelos negrissimos nos ombros, olhar grande de
mulher gulosa, cheia de dentes na boca e tão brancos que até brilhavam, seios padrão
para um pouquinho mais, um do lado do outro e olhando para cima, mais acesos
que o Farol da barra na Bahia.
Coxão roliço e aparentemente macio sem aqueles
músculos de mulher que malha muito exageradamente, transformando em perna de
jogador de futebol. Enfeia o que é bonito, e o coxão marcava aquela saia de
tecido fino. Atrás, aquelas montanhas perfeitas para serem escaladas, por
alpinistas competentes, enfim um verdadeiro manjar dos deuses. E mais bonita
que a sombra do seu próprio corpo!
Então aquele carioca, verdadeiro búfalo no cio, olhando para
aquilo tudo, ataca:
-E aí, como você tem andado, lindona?
E a gostosa nordestina sem olhar para a cara do carioca
responde seca e direta:
-Com as pernas seu abestado, ainda não aprendi a voar.
O carioca então metido a grande conquistador resolve tirar
uma de carente sofrido e começa a simular um piripaque depois daquela grosseria,
dizendo:
-Po delicinha, que fora você me deu, ta me dando até uma
coisa aqui- e aponta para a boca do estomago com cara de quem pode morrer a
qualquer instante.
- Se está dando, então receba - responde a nordestina gostosa.
-Mas é coisa ruim - reclama.
-Então devolva homi sem noção!
Sentindo que a primeira aproximação foi um desastre ele como
um autentico brasileiro que, não desiste nunca volta a pensar naquele monte de areia,
todinho na carroceria do seu caminhão e resolve mudar de assunto:
-Quer que eu traga um copo de caipirinha pra você?
-No copo?- retrucou a gostosa debochada do nordeste com
aqueles olhos negros e lindos esbugalhados.
-É no copo – inocentemente, respondeu o galã das praias.
-Não, bota no chão mesmo e vem empurrando com um rodo, fi
duma égua! – desembuchou a gostosa irritadiça.
Manda a regra número um de um xaveco que, quando a coisa não
está dando no inicio, vai dar muito
menos no fim, e se não der que, graça tem? Concorda?Então é melhor procurar
outra orelha para se distrair.
Uma mulher como esta e tão indigna como satanás em igreja de
crente e ela costuma dizer que para ser amiga de um homem, ambos tem que comer
uma saca de sal juntas.
O carioca, certamente não conseguiu nada, porque era
hipertenso.
Aí não dava!
PS. Este texto foi inspirado em “SEU LUNGA”, de Cariri,
Juazeiro do norte, considerado uma lenda viva daquele local e que, não suporta
perguntas idiotas, nem gente moderna. Pesquisem no Google, sobre o "SEU LUNGA" é
nordestino de 82 anos, uma figura extraordinária, considerado o homem mais mal humorado do Brasil.
Eita menino, adorei o texto e mais ainda essa cabocla de cabelo das ventas oxente!
ResponderExcluirXero no cangote meu bichim. Inté!
Eita NÁDIA,
ResponderExcluirfalou que tem conhecimento destas caboclas do nosso nordeste querido e até , esquecido!
Outro xero também e para variar um abração carioca.(rs)
Com muito interesse seu texto!
ResponderExcluirMaria Luísa
MARIA LUISA,
ResponderExcluirsenti sua ausência, volte sempre!
Um abração carioca.