Conheci uma boa médica.
Bota boa nisso! Que mulher lindíssima. Inicialmente, pensei que seria muito
esparadrapo para o meu curativo.
Então,conversa vai, conversa vem e já
estávamos no seu apartamento. É ali que ela troca o elegante jaleco de linho
branco por uma sedutora lingerie preta. Sendo assim, nenhuma objeção.
Bebidinhas nada ortodoxas. Tira gosto farto. Um som da melhor qualidade. Pouca
luz e uma atmosfera propícia para uma complexa, demorada e penetrante consulta
a todos os meus sintomas de carências afetivas.
Que corpanzil. Não era
grande, não. Era perfeito!
Oh, o amor é lindo. Esta doce perita da cura,
jamais deve ter se preocupado se os homens iriam ou não propiciar-lhe generosas
preliminares. Ao contário de muitas
outras que chegam a fazer até passeatas em vias públicas, levar multidões a
Praça da Sé ou a Candelária em comícios feministas pró- preliminares.
Com aquela criatura isto
seria uma obrigação inadiável da minha parte. Negar-lhe uma extenuante
preliminar seria o mesmo que tivesse ido para uma pescaria, sem anzol.
Exorcizei qualquer
possibilidade de ejaculação precoce mantendo a ansiedade absolutamente, sob controle.
Para tanto, confesso que nos momentos de maior pico de tensão pensava no Paulo Salim Maluf nu, dentro do xadrez, e se
dizendo inocente.
E entre mil formas
diferentes de demonstração de afeto, numa empolgação de deixar escola de samba
com inveja, no auge de uma das minhas mais irretocáveis performances, de
repente ouço no meu ouvido um sussurrar rouco e quente, que dizia:
-Assim meu amor, explore
mais meus corpúsculos de Meissener. Faz assim, querido. E por favor, não entre
em estado de detumescência. Oh coisa gostosa! Tenho certeza que hoje não vou
ter dispareunia. Como é lindo o seu membro. Nenhum vestígio de doença de
Peyronie.
-Espera! O que está
acontecendo, aqui?- inquiri dando uma violenta freiada e abandonando o parque
de diversões.
-Não amor, não pare - insistia
determinada.
-Já parei! - disse, esvaziando
inteiramente os corpos cavernosos daquele membro, agora em posição de absoluto
paumolescência.
Um momento de silêncio
intenso como jamais supunha existir, desabou sobre aquele ambiente que, ainda a
pouco era o mais perfeito ninho de amor. Com pica-pau e tudo! Olhamos
demoradamente, um nos olhos do outro. Seu rosto era um misto de decepção e
culpa. Lágrimas verteram do seu lindo e verde olhar. Sua beleza então se tornou
mais exuberante e sofrida. Resolvi partir para o diálogo:
-O que é que você falou
sobre doença de Peyronie no meu membro?
-Oh desculpe, eu estraguei
tudo...
-Eu tenho ou não tenho este
troço no meu membro?
- Não. Eu disse que ele era
lindo e não tinha nenhum vestígio da doença.
-E porque você falou nisso,
logo naquela hora...
-É um vicio profissional,
em geral os homens apresentam sempre algum vestígio de doença de Peyronie no
membro...
-Mas que diabo é isso? Se eu
não tenho, porque você precisava falar. É alguma tara?
-Pois é, uma besteira. Desculpe.
-Agora explica o que é
isso.
-Depois. Vamos continuar
nosso...
-Não, que doença é esta que
eu não tenho e que você falou, gratuitamente?
-É a fibrose da membrana
albugínea que reveste o corpo cavernoso,
determinando uma curvatura do eixo do pênis.
-Curvatura do eixo do pênis?
-É meu amor. O pênis fica torto pra
direita ou pra esquerda e meio curvado...
-Então parece que bateu de frente, não é
isso? Fica com a carroceria fora do centro e o carro anda de lado (risos);
-Não, seu bobinho. Dá para quebrar o
galho. Pode também operar. É rápido e o sucesso é garantido.
- Ainda bem que dá para fazer uma
lanternagem. E a tal da “detumetendo”?
-Não é “detumetento” (mais risos).
-Você falou no meu ouvido para que eu não
entrasse em estado de “detumetendo”...
-Estado de detumescência!
-E daí? Eu tô no maior rala
e rola, querendo nota dez nas preliminares e de repente você mete esta coisa no
meu ouvido...
-Pois é. Foi mal!
-Dá pelo menos pra
explicar?
-Estado de detumescência e
a redução da inchação dos corpos cavernosos,
é quando o pênis retorna à condição de flacidez.
-Amolece?
-É fica flácido.
-Você notou que eu estava entrando em
estado de detumescência? Estava broxando?
-Não, absolutamente. Pelo contrário...
-Então porque falou?
-É esse vicio profissional do
diagnóstico.
-Você quando tira o jaleco, também tem
que tirar da cabeça estas coisas. E depois ainda teve aquele tal de corpúsculos...
de quê?
-De Meissner?
-E eu com isso?
-Eu pedia a você que explorasse bem meus
corpúsculos de Meissner, que são corpúlos da pele responsáveis pela percepção do tato...
-Porque não pediu logo em português normal. Podia ter
dito: amassa tudo , morde, beija, arregaça, vai fundo, me chama de vaca macia...
-Pois é um tremendo vacilo. Estava tão gostoso, meu
amor. Sentia que você realmente, estava caprichando naquelas preliminares que
nós as mulheres vivemos cobrando de vocês, Aí estraguei tudo, com aquele
palavreado que lhe assustou. Esquece .Vamos...
-Ainda não. Você fala as coisas no meu ouvido que
parece um tsunami. Um verdadeiro tapa na minha escuta, agora explica. Aquela
tal de dispareunia soou como um soco na
minha Trompa de Eustaquio.
-Eu lhe explico.
Dispareunia é quando a mulher na hora do coito sente dor.
-Sente dor?
-É uma doença. Então eu
disse pra você que eu não ia sentir dispareunia desta vez.
-Ainda bem, afinal nós
viemos aqui para sentir prazer ou dispareunia?
-Pois é, eu disse que não
ia sentir. Pronto agora vamos voltar para aquelas maravilhosas preliminares que
você estava me proporcionando, meu amor.
-Tudo bem, mas só lhe peço
um favor em homenagem a Hipócrates, fica só gemendo. Tá certo?
-Prometo!
kkkkkkkkkkkkkkkk
ResponderExcluirTão mais pratico gemer não é Paulinho... kkkkkki
Maravilhoso, um xero!
Nessas horas o silêncio diz muito mais que qualquer palavra, Paulo!
ResponderExcluirAbração!
Olá MARLENE,
ResponderExcluirfilosofia profunda e, como já dizia o grande dramaturgo Oscar Wilde:
"Se você não consegue entender o meu silêncio de nada irá adiantar as palavras, pois, é no silêncio das minhas palavras que estão todos os meus maiores sentimentos".
Êpa,ta vendo como vocês dois pensam igualzinho?
Um abração carioca.
NÁDIA .
ResponderExcluiré verdade!
Um abração carioca.
É... o silencio vale ouro rs...
ResponderExcluirFRIDA,
ResponderExcluirentão você deve estar,merecidamente,muito rica!
Merece.
Um abração carioca.
Memória prodigiosa, hem???? Gravar todas as palavras para questioná-las, não quando foram ditas, mas depois (rss).?? Incrível é poder começar de novo, após uma experiência assim, sem prever que outros termos técnicos poderiam surgir.
ResponderExcluirOlá MARILENE,
ResponderExcluiré verdade
E que venham outras tantas palavras, afinal é muito bom conversar depois (rs).
Um abração carioca.
Esse post mereceu mesmo, um replay, Paulo! Abraços!
ResponderExcluirE aí VITORNANI?
ResponderExcluirobrigado.O pessoal pede a gente atende, pois é muito bom alguém se lembrar daquilo que escrevemos antes, não acha?
Um abração carioca e volte sempre amigo!