Deocleciano
era um destes homens quarentões de vida regrada, casado, que tinha dois filhos
que - ele tivesse conhecimento- mulher executiva de uma empresa de renome internacional,
enfim, típico habitante desta terra brasileira padrão de classe média.
Tinha, no
entanto uma particularidade que não conseguia desvendar os seus mistérios pois,
todas as quintas-feiras tinha que se masturbar. Trancava-se no banheiro, após sua
mulher deitar-se e começava o ritual de 5(cinco) dedos mais a sua mão esperta
contra 1(um) pênis ansioso, uma verdadeira aparente covardia mas que realmente,
transformava-se numa obra de arte maior e mais completa do que os melhores
espetáculos do Cirque du soleil e que lhe propiciava orgasmo inigualável.
Ia para a
cama, no entanto com forte sentimento de culpa por ter jogado no vaso
sanitário, aquilo que poderia contribuir para a felicidade dele e de sua amada
esposa.
Resolveu
então procurar um sexólogo no endereço que descobrira.
E pensou
que, como só era as quintas–feiras iria procurar por aquele profissional,
exatamente no dia da semana que aquela vontade incontrolável o dominava, e
assim o fez.
Era uma
quinta-feira chuvosa, tocou a campainha e o sexólogo veio atender, só que para
começar era uma sexóloga, bonita, atraente, simpática, olhos azuis, sorriso
encantador e corpo espetacular.
Ficou em
consulta por duas horas seguintes. Ela preencheu mais de 12 fichas de
observações e ele a pedido dela respondeu a um questionário de
69 páginas. Nada
foi detectado, nenhuma pista, absolutamente nada!
Na outra
quinta-feira voltou lá. E mais duas horas foram consumidas com perguntas e
respostas que nem se podia imaginar que pudesse ter ação direta sobre a sua
masturbação como a raça do cachorro dele, se tinha hemorroida, prisão de
ventre, a marca de dentifrício que utilizava, qual o sabonete, se a escova de
dente era dura, meio-mole, suave ou o escambau. Se usava perfume, se gostava de
carne de porco, ir a praia, escutar musica e que tipo, perguntas, perguntas e
mais perguntas, fichas , fichas, fichas e mais questionários, questionários e
questionários, infindáveis.
Na terceira
quinta – feira que lá esteve com a sexóloga ele perguntou a ela se não podiam
os dois se masturbar, pois, quem sabe aquele indesejável fetiche, desta forma,
pudesse ser então ser desfeito, equacionado, descoberto, exorcizado, e
finalmente as suas causas encontradas?
Em nome da
ciência e o bem-estar do seu cliente a gostosa sexóloga aceitou “profissionalmente”
e para quem sabe, poder colaborar com a “cura” do seu paciente.
Que coração,
quanta generosidade, absoluta entrega aos objetivos maiores do seu exercício
profissional!
Isto
aconteceu há quatro anos e ainda hoje, Deocleciano continua tentando todas as quintas-feiras
parar de se masturbar as quintas- feiras, agora, no entanto, com a assistência
qualificada da sua sexóloga, todas as quintas-feiras que as quintas-feiras lhe dá uma mãozinha todas as quintas-feiras! Ficaram muitas quintas-feiras?
Bem, na
verdade, algum progresso houve, pois o chamado sexo solitário agora passou a ter uma outra mão amiga!
Quer que eu
minta?
Masturbação solitária a dois?
ResponderExcluirVITORIO NANI,
Excluirnesta época de crise dois continua sendo solidão,dez mil,cem mil...
A crise mudou nossos valores e o que era muito virou muito virou nenhum! kkk
Um abração carioca.
Agradeço sua passagem silenciosa pelo meu blogue.
ResponderExcluirUm "mal" nunca vem só.
Parafraseando você, um abração, não carioca, mas lisboeta.
CÉU,
ResponderExcluirconcordo em gênero ,número e grau!
Abração carioca neste coração lisboeta.
PAULO,
ResponderExcluirAinda bem que a gente, que nós nos entendemos.
Boa semana.
CÉU,
ResponderExcluirainda bem!
Um abração carioca.