HISTÓRIAS DE MOTEIS.

 











No acasalamento humano, o motel é um fato muito recente.Priscas eras eram os muros, as escadas dos edifícios, o escurinho dos cinemas e com a popularização dos carros estes serviam como alcova.Os carros pequenos exigiam malabarismos inacreditáveis.Uma perna na janela, o rosto imprensado no vidro, e aquele maldito cabo da mudança que por vezes nos causavam incômodos constrangedores. Fusquinhas, desgraçados! 



Estou lhes falando de uma época romântica e na qual os homens para preservar a virgindade das meninas mentiam descaradamente, com a aquela velha estória de jurar que: " Amo,só vou botar a cabecinha,deixa?".
Hoje se um homem diz isso para uma mulher ela o deixa falando sozinho e ainda vai ao Procon, ou qualquer outro "órgão" de defesa do consumidor dar queixa de propaganda enganosa e principalmente, sonegação.
Aí passa a ser briga de cachorro grande!


Eram comportamentos típicos das meninas da época, antes de qualquer coisa dizer: Não! 
E quando "cediam", muito parcialmente - e bota parcialmente nisto – alguns dos comentários mais freqüentes que elas mais faziam durante aquele supremo sacrifício, era ficar dizendo:

- “Eu não quero, mas se você quereu deixo, mas só um pouquinho”.


Outra preciosidade:
- “Não, aí não”.
Às vezes a reação era mais contundente tipo:

- “Faz isto com a sua mãe!”.
E quando as coisas se consumavam de forma extracorpórea esta reclamação era inevitável:
- "Viu me lambuzou toda, seu nojento.Olha que porcaria ! Transbordou tudo".


Isto dito hoje, parece o primeiro voo de Santos Dumont. Mudou tudo e ainda bem. Algumas mulheres, no entanto que, frequentam motéis cada uma tem suas características próprias como, por exemplo:


A DETALHISTA.
-Vej
a meu amor que espelhos enormes, este abajur que coisa linda! Nossa que piscina maravilhosa, e que telão tem esta televisão.Roupa de cama linda, cheirosa, tudo muito arrumadinho, dá até pena de desarrumar-diz admirando o ambiente.
Neste momento o cara ergue a voz e define o jogo:
-Mas nós vamos desarrumar e bagunçar isto tudo - afirma de maneira quase colérica, como um búfalo no cio.
-É lógico meu querido.Mas deixa-me ver este banheiro.Oh, coisa mais bonita.Muito bom gosto na combinação dos azulejos com o vaso sanitário. E que encanto estas toalhas bordadas, Olha aqui meu bem os sabonetinhos tem a forma das genitálias.Que criatividade!
E por aí vai.

É  preciso compreender que a detalhista em geral, não gosta de sexo e sim, de decoração.


A COMILONA.
-Meu amor pede aquele angu à baiana, especialidade da casa-suplica a comilona com ar de faminta.
-Mas agora? Ainda nem tiramos a roupa!
-Tudo bem queridinho, mais me deixa pedir logo uns petiscos para daqui uns quinze minutos.
-Quinze minutos, não!!!Pelo menos duas horas, pô. 

-Tá certo-concorda sem problema.
.Pega o interfone e começa o pedido;
-Olha meu amigo, além do angu a baiana com bastante miudos, traga duas porções, não três porções de camarões à milanesa, arroz maluco, uma generosa tigela de pasteizinhos de carne e queijo feitos na hora, salaminho fatiado, queijo prato cortado em cabinhos, presunto também e manda fazer uma pizza calabresa, para mais tarde, não precisa ser muito grande, pode ser a menor das maiores, e não esqueça do pão de queijo e uma garrafa de vinho importado . Obrigado moço- Despacha com jeito de quem já vai retornar.



A LOCUTORA.

-Não meu bem, assim não, por aí, isso vai, vai mais, não, não pára, um pouco mais para o lado, este lado não o outro, assim fica assim, que bom.Agora me deixa ir, abaixa mais, um pouco mais, devagar, sem pressa queridinho, cuidado vai cair da cama, tira aquele elefante da cabeceira, isso beija aqui, ali, agora mais aqui, morde devagar, aí estúpido, eu disse devagar. Continua, continua. Tô chegando, tô chegando, assim, isso querido você está na cara do gol.Pagou o cartão de crédito? Esquece querido, invade,vai ohhhhhhhhhhh!


Realmente com locução ninguém aguenta.Os motéis são excelentes alternativas, mas um serviço que deveria ser obrigatório além de na saída dar bombons, era aquele obrigatório, na entrada pedir dos usuários um exame psicotécnico.

Um comentário:

  1. Tudo depende de quem
    Que se leva ao motel!
    Às vezes é um pitéu
    E se bêbado, é alguém
    Que não saiu com ninguém.
    Vida de ébrio é assim,
    Dizem. Não tiro por mim
    Por ser muito comedido,
    Mas de motel tenho ouvido
    Umas loucuras sem fim.

    Abraço cordial! Laerte.

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