Eu nunca desejei falar de flores, amores, encontros, final feliz, mas tenho pensado que não custaria nada tentar.
Então, coloquei-me sentado no alto da montanha das minhas fantasias e ao olhar ao meu redor, vieram-me às recordações da minha primeira namorada de infância, quando tudo ainda era sonho, entre os mais maravilhosos delírios afetivos e impossíveis de se concretizarem: o amor de duas crianças.
Hoje eu sei que ela existiu, mas não tem rosto, nem formas físicas, apenas uma saudade cruel que, por provocar-me arritmia, sei quando ela está por perto.
Minha primeira namorada tem nome: Sônia
Tem cheiro: de inocência.
Local também: minha vizinha.
Idade: provavelmente, seis anos.
Escrevia-lhe o nome trocando o N pelo M então as cartas que lhe mandava começavam assim: Ninha querida Somimha.
Creio que como ela também, deveria ler muito mal os meus erros nem eram notados, apenas deveria ver os corações, com aquelas enormes flechas – que hoje sei, são de cupido – que eu desenhava em folhas de jornal e os pintava com lápis de cor vermelho, colando-os na carta.
E o papel era o dos meus cadernos da escola que, por esta razão, as outras folhas iam se soltando e minha professora fazia insistentes queixas a minha mãe.
Meus cadernos viviam desabando, mas meu coração era sempre arrumadinho.
Eu, por amor a minha Soninha, nunca disse que era para escrever cartas para ela.
Levei, por causa disto, alguns benditos puxões de orelha, mas a causa era nobre.
Então, coloquei-me sentado no alto da montanha das minhas fantasias e ao olhar ao meu redor, vieram-me às recordações da minha primeira namorada de infância, quando tudo ainda era sonho, entre os mais maravilhosos delírios afetivos e impossíveis de se concretizarem: o amor de duas crianças.
Hoje eu sei que ela existiu, mas não tem rosto, nem formas físicas, apenas uma saudade cruel que, por provocar-me arritmia, sei quando ela está por perto.
Minha primeira namorada tem nome: Sônia
Tem cheiro: de inocência.
Local também: minha vizinha.
Idade: provavelmente, seis anos.
Escrevia-lhe o nome trocando o N pelo M então as cartas que lhe mandava começavam assim: Ninha querida Somimha.
Creio que como ela também, deveria ler muito mal os meus erros nem eram notados, apenas deveria ver os corações, com aquelas enormes flechas – que hoje sei, são de cupido – que eu desenhava em folhas de jornal e os pintava com lápis de cor vermelho, colando-os na carta.
E o papel era o dos meus cadernos da escola que, por esta razão, as outras folhas iam se soltando e minha professora fazia insistentes queixas a minha mãe.
Meus cadernos viviam desabando, mas meu coração era sempre arrumadinho.
Eu, por amor a minha Soninha, nunca disse que era para escrever cartas para ela.
Levei, por causa disto, alguns benditos puxões de orelha, mas a causa era nobre.
Valeu!
Meu silêncio era como se eu não quisesse trair o calor do sol, o perfume daquela flor de jasmim ou ser castigado por Deus e ficar cego, não podendo então, nunca mais, ver a beleza de uma árvore de flamboyant em flor com seus cachos vermelhos dependurado que, ao caírem inundavam a rua de beleza e agora, o meu coração, de saudade!
Nunca a beijei, jamais senti a textura dos seus cabelos, nem a suavidade de sua pele, porém não sabia viver as noites sem ela. Nem os dias.
Amor de criança é muito mais verdadeiro. Não tem libido, feromônios, nem atração física é só vontade de estar ao lado, sentir a proximidade, ou o calor à distância do corpo, e à noite abraçar-se ao travesseiro e beijar-lhe a fronha, suavemente.
Lógico, pensando nela.
E por uma só vez, tive o atrevimento de dar-lhe um ramo de flamboyant em flor.
Ela apanhou e saiu correndo!
Foi assim que amei Soninha, tão simples e verdadeiro que, desapareceu fisicamente, da minha presença, mas nunca dos meus mais intensos, belos e inacabáveis devaneios.
Então, vocês nunca pensaram que eu seria capaz de falar de flores, não é?
Então, vocês nunca pensaram que eu seria capaz de falar de flores, não é?
Que doçura!
ResponderExcluirAdoro seus textos!
Bjão!
Acho que o título correto seria: "Trago dentro de mim o amor puro e inocente da criança que fui". Pense nisto. Abraços fraternos.
ResponderExcluirOi Paulo
ResponderExcluirQuem diria...
Falando de flores, e falando lindamente. Amei
Grande abraço
Adoro seus textos!!!
ResponderExcluirMas vocÊ me abandonou né?
Por onde vou, vejo você.
So de lá que sumiu né?
Hunf! snif!
Sua presença é importante.
Tenha um ótimo fim de semana.
Bj
Costumo brincar com as palavras e dizer que só é capaz de falar de/com flores quem se deixa envolver por elas.
ResponderExcluirEngraçado que lendo seu texto lembrei vagamente da "aurora da minha vida", e de repente me questionei e nessa época será que tb tinha um amor doce,inocente e puro...e não é que misteriosamente me identifiquei com "Soninha".
Beijos
Faz tempo que leio seu blog... rsrsrs nunca te imaginei falando de flores... muitoooo lindo
ResponderExcluirbjs
Oi Paulo,
ResponderExcluiramei de paixão.. até me fez lembrar deste tipo de paixão......
quem diria.. é tão gostoso né?
tomara tenhamos outras paixões tão boas quanto esta!
beijos com carinho
Marcia
Paulo, voce não falou de flores. Voce falou de sentimentos, e as flores só enfeitaram suas palavras!
ResponderExcluirAh, quem não viveu esse amor de infância, esse amor de pureza, esse amor onde cada olhar, cada toque, cada cartinha dobrada em mil pedacinhos e desenhadas com uma flecha vermelha ( hoje sabemos ser o cupido...rs) nos fazia a pessoa mais feliz do universo, quem não viveu isso isso, não viveu!!!
Voce me deixou completamente emocionada com esse texto.
E seus flamboyants são barbaramente lindo!
Beijos e carinhos meus!
Ai que texto mais lindo, gostoso de ler.
ResponderExcluir"Ninha querida Sominha" foi ótimo!
Falei de carta no meu post de hoje...coincidência.
Beijos.
Pronto vim te aquecer também...mas seu blog já é bem aquecido por si só rsrs =)
ResponderExcluirTô te seguindo....abração....
ResponderExcluirSe engana... sempre soube que seria capaz de falar de flores rsrs.
ResponderExcluirBeijos.
Paulo vc é uma figura...tô lendo aos poucos seus textos.... e vc caso não existisse teria que ser inventado rsrsrsrs...boa semana pra vc...e outro abração =)
ResponderExcluirObrigada por visitar meu canto... Vim retribuir a visita...
ResponderExcluirE não são só as mulheres que sabem falar de sentimentos, e sim aquelas pessoas que os possui, pois só quem sentiu algo verdadeiro um dia pode brincar com as palavras de forma tão bonita com você fez nesse texto ai...
O amor de uma criança é algo puro e sincero, pois a criança não vê pele, só é comandado pelo coração!!!
Voltarei sempre...
Paulo, impossível não vir comentar o seu comentário...rs
ResponderExcluirQuerido, basta que exista química, tesão, pele...
O resto acontece naturalmente...
E voce sabe disso... Tenho certeza que sabe...rs
Voce é encantador, sabia?
Obrigada por tanto carinho.
Amei a postagem.Simplesmente, bela angelical. Muito fofa. Nos reporta a grandes momentos da vida.
ResponderExcluirParabéns.
Curiosa está muito feliz..Venha conferir porque..
Na interação de amigos tem uma visita no Museu. Jaraguá do Sul te espera.
Posso contar com a sua visita??
Legal..então venha fazer parte desse alegria.
Carinhosamente,
Sandra
Que lindo o seu blog. Quero acompanhá-lo de perto. Um barato mesmo!!! Beijão
ResponderExcluirQuando me visitou disse que era de humor o seu blog, não esperava encontrar um lindo texto como este... profundamente encantador.
ResponderExcluir"Amor de criança é muito mais verdadeiro."
Quem nunca teve que atire a primeira pedra! rs
Já está na minha lista de favoritos!
Grande abraço!
Olha o Paulo surpreendendo.Meu amigo,Paulo. Que grata surpresa. Não que duvidasse do talento do amigo, é que conhecemos só o Paulo gozador, malhador, humorado nos textos. E agora nos surpreende com um texto juvenil, falando de amor puro da infância. E disse muito bem da
ResponderExcluirpureza do namoro infantil. Acabei lemrando da minha primeira namoradinha também: Amélia. Ficou muito bom. Um abração
Uma graça! Mas não me parece que as crianças sejam inocentes...
ResponderExcluirOi meu querido!
ResponderExcluirEntre falar de flores, tangos e boleros, eis o Paulo romântico!
Muito bom vc estar se envolvendo com este seu lado sonhador (que é diferente de fantasioso) e expressando a inocência da sua criança.
O que nos torna eternamente joviais é termos a possibilidade de, mesmo sendo adultos, continuarmos cultivando a nossa ingenuidade infantil.
Um beijo
Amor puro da infância, amor sem pretensão de ser pra eterno, mas que acaba durando pra sempre - mesmo que apenas em nossa memória. Ah, os amores da velha infância.
ResponderExcluirRetribuindo a visita que fez ao meu blog agradeço de coração...
ResponderExcluirAmei o seu, e esse texto é maravilhoso parabéns...
Eu gostaria de voltar no tempo e viver meus dias de criança novamente...quantas saudades tenho dessa época onde a inocência predominava e o amor era algo verdadeiro.
Me fez bem ler isso hj....
estou lhe seguindo daqui pra frente...
Beijos em seu coração
gostei muito...estava agora mesmo reeditando uma gravura minha com uma rosa...sintonia com seu belo texto...
ResponderExcluirgrande abraço
obs:a honra foi toda minha de sua visita
FANTÁSTICO!
ResponderExcluirPara começar voltei no tempo literalmente...Amei essa viajem...Como é bom lembrar e relembrar momentos, memórias, emoções, sensações, que para nós, era o máximo, dos máximos...PARABÉNS!
Seu espaço é cativante, com muito senso de humor...ADOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOROOOOO isso...rs
OBRIGADA DE CORAÇÃO por sua visita, seu carinho e gentileza.Apareça quando quiser!
Deixo além de minha admiração desejos de muita Luz nessa sua caminhada.
Abraços
Namastê!!!
;D
ESTE COMENTÉRIO , INFELIZMENTE, EU NÃO CONGUÍ TRAZÊ-LO PARA AQUI ATRÁS DO BLOGGER, MAS O ESTOU FAZENDO ATRVÉS DE MEU PRÓPRIO COMENTÁRIO, E NA ÍNTEGRA:DESCULPE !
ResponderExcluirMenino Paulo! Muita coragem a sua em discorrer so... Menino Paulo!
Muita coragem a sua em discorrer sobre um assunto tão delicado...ADOREI! Principalmente vindo de um Homem...Assino em baixo cada palavra sua...
Nos meus trabalhos atualmente, um dos objetivos é exatamente despertar a mulher para um retorno...Retorno esse, pautado em no re-descobrir-se, se respeitar, se reconhecer enquanto mulher, feminina e fêmea. As gerações passadas, que tiveram a felicidade de vivenciar os despertares internos no seu ritmo, guardam na memórias momentos muito marcantes. Eu, tenho a felicidade de ter vivido essa época...E confesso. Adorei.
Quando ouve a revolução feminina - a queima dos sutiãs...se conquistou a tão sonhada 'liberdade'. Mas,então, lhe pergunto: O que fazer com a 'liberdade'? Essa é uma das grandes discussões nas rodas nos meus trabalhos...Abriu-se as porteiras, e todo mundo saiu correndo, sem saber bem para onde ir e o que fazer...
Fico muito feliz em saber que muitos homens, hoje em dia, preocupam-se com o que vemos diariamente...A banalização de sentimentos e corpos. A mídia é uma que se alimenta com uma fome voraz...Uma pena...As pessoas se permitirem ser o alimento. Se não ocorrer uma revisão de valores...Já sabemos onde estamos indo parar.
Abraços
Namastê!
;D
P.S
Peço se possível usar de seu depoimento em um de meus encontros, com os devidos créditos.
Publicar Recusar (Obrigada à Lua, Mãe Ancestral que nos ensina a Arte de Curar - Madre Del'Alma)
COMPLEMENTANDO A QUESTÁO SOBRE A POSTAGEM ACIMA, INFORMO QUE O BLOG DE NAMASTÊ E;
ResponderExcluirhttp://namastealequites.blogspot.com/
DESCULPE, MAIS UMA VEZ, HOUVE UM ERRO NA TRASNFERÊNCIA.
amei seus textos, muito gotoso de ler.
ResponderExcluirTo adorando passar por aqui...
ResponderExcluirgosto do jeito como escreve...
Esses amores da infância,
amores que nunca tocamos,
esse sim ficam pra sempre..
E ainda ainda pode olhar pra tras e sorrir!
Gostei!
Abs